segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Brincadeira de criança

Da cozinha, escuto meus filhos mais velhos combinarem que vão brincar de espadas. Presto atenção, porque, muitas vezes, essa combinação vem precedida do choro do menor que foi atropelado pelos dois"grandões"que não conseguem conter a euforia da nova brincadeira. O choro não vem, o que me tranquiliza. continuo atenta aos barulho da sala e escuto a conversa dos dois no meio da brincadeira. "Você não pode fazer este golpe, porque seus pontos de habilidade são poucos". "Então, eu vou usar magia!" "Há, perdi uma vida, preciso de mais ... " "Agora aumentei um ponto em força."
Logo, não entendi bem, achei que eles estavam jogando videogame. Fui para a sala e observei-os brincar. Se eu não soubesse quais os jogos de videogame que eles jogam, não compreenderia o diálogo. Fiquei pensando na minha infância... Como era diferente!
Ou não?!
Meu universo mágico era outro. Nossas fantasias faziam parte do nosso contexto. As crianças de hoje são iguais as de ontem, só que o mundo mudou. Elas tem acesso muito cedo a uma quantidade de informações que nós não conseguimos conceber, nem acompanhar. Então, só nos resta criticar, dizer que a infãncia não é mais a mesma, que no nosso tempo era melhor.
Outro dia li num jornal um artigo que falava sobre isso, mas a respeito de adolescentes. Seriam os adultos que deixavam os adolescentes com problemas, porque não aceitava o seu modo de ser.
Fiquei pensando sobre isso, e, quando vi meus filhos brincando consegui compreender um pouco mais. Afinal, eles estavam brincando... Será que eu queria que eles brincassem de polícia e ladrão jnto com o Rin-tin-tin?
Parece que precisamos observar mais nosso filhos, compreender o que eles falam, suas brincadeiras, suas gírias, suas fantasias e brincar junto... Podemos falar das nossas brincadeiras, é claro, mas temos de aceitar e respeitar o mundo deles. Nossos filhos são criança do século XXI e isso nós não podemos compreender, apenas imaginar.
Penso que tudo ficaria mais fácil se os pais ouvissem mais seus filhos e aceitassem suas diferenças. Porque isso não significa deixar de ser pai ou mãe, deixar de ter autoridas, significa apenas que podemos aprender com eles.
eu quero também ensinar a meus filhos sobre o meu ponto de vista a respeito das coisas, quero mostrar que o mundo tem uma história imensa e para cada botão que eles possam apertar hoje, milhares de horas, dias, anos foram gastas por outras pessoas pensando, tentando, criando.
vou dormir pensando nisso, porque já não tenho mais poção de ficar acordada...