sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

GINÁSTICA

Que coisa! Queria fazer ginástica, mas ginástica cansa... Então resolvi escrever no blog. De certa forma também cansa, né! Ter que organizar o pensamento em forma de palavra não é fácil. Mesmo que eu diga para todo mundo que escrever é fácil. Digo isso para não desanimar ninguém, porque quero vender meu peixe, sou professora de português.
Para escrever não basta conhecer as palavras, é preciso se conhecer também, permitir que as palavras escorreguem e se larguem no papel. Todo texto desvenda um pouco da gente, mesmo que seja um texto impessoal. A escrita nunca é impessoal. Pena que escrever não emagrece!

PRIMEIRO DIA

O que diz esse olhar
que eu não consigo ler
quem se esconde detrás
desse meio sorriso
esperando descoberta?

cada um é um mistério
tão profundo quanto o meu
se não me revelo
também não descubro

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

INSPIRAÇÃO

Hoje posso dizer que a vida me inspira. Estou feliz! Continuo sem saber muito bem porque, mas estou feliz. Estou escrevendo. Isso me faz mais feliz ainda.
Quase não consigo mais me lembrar de como estava estressada no final do ano passado. Hoje estou leve, e pretendo ficar assim até o final do ano.

VIAGENS

I
o mundo que se conhece
pelo ar que entra nos pulmões
fica como suspiro dentro da gente

não são esquinas que deixam saudade
nem pessoas, nem palavras
são cheiros de dias
e aromas de paisagens

II
meus passos na areia
que o vento preenche
fazem parte da minha memória
a agua apaga o que passou
e refresca meu futuro

III
não há melhor remédio que paisagem
decongestiona a alma
e cura tudo
principalmente falta de tempo
porque horizonte pega

carrego tanto horizonte em mim
que enxergo sempre antes

IV
aprendi todas as lições do vento
mas não sei ensinar
a brisa que se calou em mim

domingo, 17 de fevereiro de 2008

PROFESSOR

Sou professora!

Atualmente, exerço um cargo de diretora de escola. Não é a mesma coisa. Aliás, é outra coisa totalmente diferente, não chega nem perto de estar na sala de aula. Teoricamente, tem mais status na carreira docente, muitos consideram um degrau superior. Eu não.

Sinto muita saudade da sala de aula e espero voltar para lá. Tem gente que acha um retrocesso, que depois de ter tido um cargo administrativo, considera voltar para a sala de aula como castigo ou derrota. É uma experiência importante, como todas são. Dá possibilidade de ver a educação pelo lado mais político, mais técnico, mas não é uma tarefa mais importante que a sala de aula.

Outro dia estava na praia, curtindo um sol e fui chamada para um papo pela visinha de guarda-sol. Conversa vem, conversa vai...O assunto se voltou para trabalho, profissão. Tive que ouvir que, se eu quisesse, poderia "fazer um cursinho" como tantos que tem por aí e dar aula na faculdade. Ou será que eu já não estava acomodada?

Não gostei muito da afirmação que estava escondida naquela pergunta. Não estudar, não pesquisar, pode denotar acomodação, mas dar aula no ensino fundamental não. É aí que devem estar os melhores professores, principalmente nas séries iniciais, como a alfabetização.

Terminei a conversa e fiquei pensando nisso. Poderia ter feito um mestrado logo depois da faculdade mas não consegui achar nenhum que me interessasse. Porque queria um que pudesse me fazer pensar o trabalho docente, aquilo que eu fazia na sala de aula e as opções eram muito distantes, muito teóricas.

Vejo um preconceito muito grande a respeito de algumas opções das pessoas. Lecionar no ensino fundamental é uma opção minha, não é porque eu sou burra e não sirvo para a academia. essa é uma decisão consciente, uma decisão que não está em dúvida. Talvez seja minha certeza.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

FILHOS

Tenho dois filhos. Lindos, inteligentes, ativos (muito), carinhosos, e tudo mais que uma mãe poderia querer. Dão muito mais prazer do que trabalho. Mas tem um momento em especial que não posso deixar de sentir uma “raiva” imensa. Quando quero sinto sono, lá pelas 5 da manhã, quando eles chamam e eu sei que não vou mais poder dormir, nem um minutinho porque tenh0 que trabalhar. Ser mãe combina com raiva?

Muito tempo fiquei pensando nisso! Não sinto raiva deles, entendo que eles não fazem de propósito, que é assim mesmo, e tudo mais... Isso conscientemente. Mas lá no fundinho de mim, uma raiva, misturada com tristeza se levanta e eu não posso deixar de sentir. Eu tento racionalizar, mas ela não se racionaliza, é animal mesmo.

Às vezes, é tão forte que parece ódio. Quando sinto isso, lembro sempre do meu pai que dizia: Não fala ódio, é raiva, porque ódio é uma coisa muito forte. Ódio não passa.” Para mim parecia apenas uma questão de definição, uma palavra não mudaria o que eu sentia. Depois fui aprendendo o sentido da palavras e percebi que definições não explicam o que a gente sente.

Sentimento nenhum pode ser definido. Como explicar o amor que eu sinto pelos meus filhos? Como explicar a raiva/ódio que se instaura em mim por uma coisa tão simples como a falta de sono? Por isso escrevo, para chegar perto das definições e por isso que as pessoas sempre vão escrever. Sabemos que não dá pra definir os sentimentos, mas não paramos de tentar, porque parar seria cair no lugar comum, seria como não dar valor ao sentimento.

A gente fala das coisas porque precisa mostrar valor. Se eu amo e não digo que amo a outra pessoa pode achar que eu não amo mais, porque ela não pode sentir o que eu sinto. Ninguém pode sentir o que vai no coração do outro. Então o outro precisa explicar o inexplicável.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

EMAGRECER

Eu quero emagrecer 10 kg até o próximo verão! Tempo demais? Pode ser que seja, mas não estou contando o tempo pelo calendário comum. Meu tempo está contado pelas estações. O verão é tempo de viajar. Quero viajar bem magrinha, para poder entrar bem linda num biquíni de amarrar.

Muita gente me olha e diz que eu não estou gorda! Dizem isso porque não me vêem nua, na frente do espelho, sem photoshop. Não quero ser anoréxica, só elegante. Quero caber numa blusa justa sem que ela fique estufada no abdômen. Será que vai dar?

Fiz uma extravagância hoje. Comprei um kit para fazer exercícios pela Internet. Estou morrendo de rir de mim mesma. Meu marido vai dizer: “eu quero é prova!” bom, eu não tenho que provar nada pra ele, graças a Deus! Mas ele vai falar assim mesmo, mesmo sabendo que eu não ligo. É até bom eu ele fale pra depois dobrar a língua na minha nova silueta.

É difícil emagrecer? Já emagreci, engordei, emagreci... fiquei grávida amamentei, emagreci, engordei, fiquei grávida, perdi o bebê, engordei, engordei, emagreci, fiquei grávida, amamentei, emagreci, engordei... e por aí vai. Acho que esse vai e vem é meio natural em mim, na gente, É?

Não estou encarando isso como uma batalha, mas como um pequeno desafio entre tantos que me propus depois da minha decisão. Não esqueçam que eu tomei uma decisão que ainda não tenho clara qual foi, mas já está dando resultado. Estou escrevendo!

Gostei que minha decisão fosse assim anônima. Desse jeito posso me preocupar com outras coisas e não fico fissurada nela. Quando ela quiser, se revela!

AUTO AJUDA

Estou escrevendo para me auto ajudar. Escrever ajuda a organizar o pensamento, mas precisa de tempo. Até o ano passado eu não tinha tempo para nada. Trabalho, filhos, Pós-graduação. Não tinha tempo para cabelereiro, manicure, academia, shopping, leitura,quanto mais para escrever. Aí, não escrevia nada. Agora, decidi que vou ter tempo, porque tempo é psicológico. A gente é que faz o tempo, basta apenas não ligar para ele, não deixar se dominar por ele. Isso é teoria, a prática estou começando a testar agora.

Digamos que o tempo é uma utopia. Nunca dá pra ter tempo suficiente, porque quanto mais tempo, mais desejos. Você fica preocupado com o tempo que está passando, com o que tem de ser feito ainda e sai de onde você esta, se transporta para o futuro, para o que ainda há de ser feito. Não aproveita o agora. Não dá pra controlar o tempo, então vou controlar meus desejos. Desejar uma coisa de cada vez. Colocar-me inteira em tudo o que faço. Clichê, né? Mas pode funcionar.

Fiquei pensando nessa coisa de tempo quando estava na beira do mar. O tempo passava tão devagar... o sol fazia o seu movimento quase com preguiça. Era o movimento do sol que interessava, não o relógio. Porque o relógio, com esse horário de verão, não dá para confiar.

Mas você deve estar pensando no que consiste esta minha auto-ajuda. Não tem livro de auto-ajuda aos montes por aí? Então, pronto! Estou escrevendo um livro de auto-ajuda para mim, mas como sou “bondosa”, creio que posso ceder espaço para quem precisar de auto-ajuda. Entendam bem, eu não ajudo ninguém, cada um que auto-ajude a si mesmo, enquanto escreve, enquanto lê, enquanto pensa. Qualquer contribuição a respeito é bem vinda! Assim, quando a gente ajuda a si mesmo pode estar ajudando aos outros sem nem saber.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Tomei uma decisão!

Interessante como as coisas vão se construindo dentro de mim. Demoro um tempão para começar alguma coisa. Desde que me conheço gente (olhe que já faz um tempão), gosto de escrever. Gosto mesmo, mas dá um trabalhão. Precisa pegar papel, lápis, achar um lugar, e dai… o pensamento que eu queria escrever já tinha se ido. Então, não escrevi mais… por muito tempo.

Hoje, tomei esta decisão. Acontece que a decisão não é escrever… escrever está sendo conseqüência. A decisão é emagrecer! Quer dizer, emagrecer acho que também é conseqüência. A decisão é ser feliz! Não que eu não seja, mas ser mais feliz, ser mais eu, ser mais mulher. E toda mulher quer ser magra. Parece óbvio isso, né! Ou será que não? Bom, vou deixar essa divagação para outra hora, porque o assunto era outro.

Tomei uma decisão. O problema é que não sei ao certo que decisão foi. Não é para rir! É sério! Está tudo decidido dentro de mim, mas eu não consigo verbalizar. E sei que é uma decisão, porque dá pra sentir dentro de mim. Sempre tive esse problema, não consigo por pra fora. Posso ler francês, Inglês, espanhol, italiano, mas falar... Neca! Nem um som sai da minha boca. Se alguém falar comigo, posso até entender, posso ouvir a resposta no meu cérebro, mas falar... falar não dá.

Acho que alguém pode estar pensando que hoje é primeiro do ano. Não é não. Já é fevereiro. Pode esquecer essa coisa de resolução de ano novo. Quer dizer, pode até ser, porque apenas na semana passada voltei para casa das férias.

Viajei muito. Viajar tem esse lado de instigar a pessoa a rever sua vida. Sinto o reflexo de uma viajem de férias até no final do ano. E nem foi uma viajem sozinha ou de farra. Foi com marido, filhos e agregados encontrados pelo caminho. Sair de casa é quase como sair do corpo, sair de uma casca, sair de circulação. A gente se vê diferente.

Não fazia uma viajem dessas desde que nasceu meu primeiro filho, sete anos. Tirei férias, sim, mas não tanto tempo, nem desse jeito. Viajamos pelo Brasil de carro. Aconselho a viajar de carro. Quer dizer, não aconselho porque se conselho fosse bom, né... Nem me responsabilizo por decisão de ninguém. Mas viajar de carro é contemplativo, cheio de silêncios cobertos de paisagens, de horizontes. Isso faz bem, mexe com qualquer um.

A decisão veio desse tempo de contemplação de mim mesma. Vou por pra fora. Vou extrapolar... O que e como não sei ainda, mas parece que essa e a minha decisão.